Eu poderia ter saído na foto com a minha filha mas não. Fiquei muito ocupado caindo outra vez.
Patinar no gelo não é coisa de Deus! Eu parecia um pano de chão, o tempo todo esparramado, enxugando o gelo com minha camisa.
Uma hora parei de derrubar as crianças e saí, para alívio dos pais preocupados com a saúde dos seus filhos.
Pelo menos foi divertido ver a alegria no rosto dos meninos que passavam por mim enquanto me debatia esperando ajuda e tentava me levantar.
Foram só 10 minutos. Se ficasse a meia hora que paguei o desastre seria maior.
O último tombo arrancou o botão da calça e estragou o zíper.
Olhei pros lados procurando minha dignidade (que a esta altura já tinha saído de mansinho jurando que não me conhecia e voltado pra casa sozinha) e me arrastei até a saída.
Consegui impedir as calças de caírem (alguma coisa precisava dar certo! Já imaginou eu fazendo nudes em público a essa altura da vida?).
Corri para o banheiro e usei um grampo de cabelo da minha esposa pra tentar segurar tudo no lugar até chegar em casa. Não funcionou muito bem.
Meti as mãos nos bolsos, agradeci aos céus que a camisa era comprida e o peso da água fazia o tecido ficar pra baixo e caminhei até o carro.
Nunca tinha reparado como o estacionamento é longe. Os olhares, sorrisos escondidos, dedos apontando pra mim e cochichos das pessoas que presenciaram a cena não ajudaram muito.
Eu queria gravar um depoimento da minha filha em áudio, mas ela ainda não parou de rir. Tô preocupado, ela tá ficando roxa e sem ar.
Se existe um lado bom nessa história é que esse ano não será como 2017, porque já estou cumprindo as metas.
Só 6 dias e eu já cumpri a meta de vergonha para 2018. Deve ser um recorde.
Feliz ano novo
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