domingo, 29 de março de 2020

Diário da Pandemia - 28 e 29/03

Sábado e domingo, 28 e 29/03

Esse foi um sábado esquisito.
Nem pareceu sábado depois de passar a semana inteira em casa.

Aproveitei uma picanha que tinha comprado e fiz um churrascão (só o pessoal aqui de casa, viu!).
Não é o mesmo que reunir o pessoal mas fazer o quê?
Foi bom assim mesmo.

A briga política está feia.
Uns querendo relaxar o isolamento social e outros esperando que seja seguida a orientação da OMS.

Espero muito que a gente, como nação, escolha a saúde.
A economia se recuperará, as vidas perdidas, não.

Falando em vidas a Itália (aquele pessoal que disse que a economia não poderia parar, lembra?) superou os 10 mil mortos.

Ouvi alguém dizer, uma vez, que "uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros".
Sejamos sábios!

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Minha mãe e meu padrasto apareceram de surpresa na minha casa!
Disseram que não aguentavam mais ficar naquele apartamento.

Como é que eu poderia agir numa situação dessas?
Ainda mais porque só fiquei sabendo que os dois chegaram quando o cachorro latiu e deu o alarme.

Botar os dois pra correr?
Dois idosos, nem iriam conseguir correr.

Fingir que não estava em casa?
Difícil com as janelas abertas e o carro na garagem.

Dar uma de doido, atirar coisas e gritar "saiam daqui com seus 'germes', emissários do mal"?
Confesso que na pressa até passou pela minha cabeça, hihihi

Fazer o quê?
Abri a porta, recebi à distância e sentamos bem longe.
Eles no sofá, minha família e eu na mesa da sala.

Tive que dar uma bronca neles, parece que esquecem dos riscos.
Pra eles e pra mim, que sou grupo de risco.

De uma forma inesperada o final de semana acabou melhor do que eu esperaria.
Foi bom ver outros rostos queridos ao vivo, apesar da malcriação de saírem de casa.
Espero que eles não repitam essa presepada.

Amanhã eles (ambos com 60 anos) vão tomar a vacina contra gripe e aproveitarão pra levar meus avós (87 e 79).
Quatro idosos num carro "passeando" pela cidade, escapando do isolamento.

Aposto um café com pão de queijo que eles vão rodar bastante até chegar num posto de saúde bem distante, só pra aproveitarem a saída ao máximo.

Aproveitei pra ler um pouco e tentar botar mais ou menos em dia a minha playlist de podcasts.

Ouvir meus amigos virtuais foi muito bom.
Mais um fiapinho de normalidade pra alegrar esse isolamento.

O presidente da república, que eu acredito estar infectado (aposto outro café, agora com um pão na chapa), saiu pela cidade encontrando pessoas, tirando fotos, entrando em farmácias e causando aglomeração, e pertinho da casa da minha mãe e da minha irmã (renal crônica e grupo de altíssimo risco).

Espero que elas também se mantenham em casa.

No Brasil são 4.256 doentes e 136 mortos

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