Sábado e domingo, 13 e 14/06
Hoje foi o último dia de umas férias muito esquisitas.
Nenhuma viagem.
Nenhum passeio.
Nenhum jantar fora.
Nenhum churrasco com amigos.
Muitas tarefas domésticas.
Muitos planos frustrados.
Muita vontade de sair de casa.
E muita consciência pra não sair.
Foi um tempo de leitura (que eu não fiz, como gostaria).
Tempo de ouvir meus podcasts (que também foram negligenciados).
Tempo de me descobrir (nem sei direito o que isso quer dizer).
Tempo de tomar decisões importantes.
Tempo pra me dedicar à família.
Tempo pra fazer novos planos pra quando tudo isso acabar.
Tempo pra passar raiva com o nosso governo maldito.
Mas tempo pra conhecer o trabalho de pastores e irmãos que me fizeram renovar as esperanças de que a igreja de Cristo abra os olhos e retorne ao caminho correto.
Tempo foi o que eu mais tive e também o que eu mais quis.
Desejei que os deslocamentos de carro demorassem um tantinho mais, pra poder olhar a paisagem.
Desejei que o dentista não fosse tão eficiente e rápido.
Desejei que o caixa do mercado demorasse um pouco mais.
Desejei.
Desejei e invejei.
Invejei os passarinhos nos fios dos postes e desejei voar um pouquinho.
Invejei os cachorrinhos e desejei passar uma manhã do lado de fora, deitado na grama.
Invejei meu pai, que pôde cumprir o isolamento em sua chácara, sozinho, e desejei poder estar lá com ele.
Invejei os países que foram responsáveis e desejei também poder sair da quarentena.
Foram tempos difíceis.
São tempos difíceis, ainda.
Mas tudo isso vai passar e eu tenho esperança de que o mundo novo vai nos trazer também uma nova realidade.
Pessoas se foram (literalmente e figurativamente).
Outras chegaram (virtualmente e no futuro, pessoalmente).
A vida muda mas a morte tem um poder incomum de promover essas mudanças de vida.
A rotina voltará amanhã (mais ou menos).
É hora de reerguer a cabeça e encarar o desafio.
Eu não esperava que ainda estivéssemos onde estamos mas nós somos fortes e vamos conseguir.
Apesar da decepção que eu tive com a igreja como instituição a minha fé permanece firme no Deus que eu creio.
Então "andar com fé eu vou, que a fé não costuma 'faiá'."
* ATENÇÃO OS NÚMEROS OFICIAIS NÃO SÃO MAIS CONFIÁVEIS *
No Brasil são 867.882 doentes e 43.389 mortos, segundo o consórcio de veículos de imprensa
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