Um alívio antes da tragédia

Trecho do livro O Terceiro Planeta, de Arthur C. Clark

O capitão da nave do sistema de Aldebaran contempla o planeta que não está à sua frente
Ali deveria estar algo, mas a luz fria da anã branca não dá muita esperança.

Com um movimento de seu tentáculo, mais sentido do que visto, ele ativa alguns comandos.
O visor à sua frente muda para captar a imagem em outros comprimentos de onda e ali parece haver um buraco, algo que devia estar ali.
Era dali que veio o chamado, mas não há mais nada.

Os dados informam que há pelo menos 4 planetas faltando, mas era ali a origem do sinal.
Um sinal de que havia vida inteligente ali, que desenvolvera tecnologia e mandara uma mensagem para as estrelas.

Aquele objeto que seu povo recolhera era estranho. Uma caixa metálica decagonal com algumas varetas que pareciam transmitir sinais.
Em cima uma superfície parabólica que, claramente, captava sinais e intensificava num ponto focal e este ponto era a captação real.
Um disco lateral mostra dois seres. Se aquelas eram as criaturas que habitavam o planeta eles eram muito estranhos.
Duas pernas e dois braços. A tripulação lamentou-se por terem tão poucos membros.
Isso, aliado à uma antiga emanação eletromagnética enviada, segundo os cientistas estimaram, há 5 bilhões de anos.

Mas a luz tem suas artimanhas e as viagens da tripulação parecem ter ocorrido em muito menos tempo.

 

O capitão ouve de novo a mensagem. Um dos trechos, a bem da verdade.
Ele não compreende uma única palavra e aquilo, embora soasse ruído para seus compatriotas, causava tristeza ao capitão por não conhecer aqueles que compuseram a mágica tecnologia, apesar de ridiculamente inferior.
O capitão coloca de novo a gravação para tocar...

 

[Johnny be good]

Scicast #56

R.I.P Silmar Geremia